terça-feira, 3 de março de 2015
Espírito Santo
Em todas as páginas da Bíblia encontramos Deus, presente, através do Espírito Santo. Não poderia ser de outra maneira, pois as Escrituras Sagradas foram produzidas por seu intermédio (Gn 1:1).
Mas quem é o Espírito Santo?
- É uma pessoa. Não é simplesmente uma influência ou poder em ação no mundo. Como pessoa, desempenha as mesmas funções de um indivíduo. Ele dá testemunho. Ele corrige, conforta, ensina, dirige, esforça-se e ajuda (Rm 8:26; Ef 4:29-30).
É Deus (At 5:3). Possui as mesmas qualidades ou atributos de Deus:
1) está presente em toda a parte (Sl 139:7);
2) tem conhecimento de todas as coisas (I Co 2:10);3) é todo poderoso, nada lhe é impossível (I Co 12:11).
O Espírito Santo faz o trabalho de Deus. Ele convence o homem, do pecado. Dá vida nova ao entrar no coração humano.
Nos dias do profeta Joel, Deus prometeu a vinda do Espírito Santo sobre os seus filhos, visando a realização de uma obra especial no mundo. Jesus Cristo reafirmou essa mesma promessa (Joel 2:28-29; Jo 14;26; At 1:4-5).
A dádiva do Espírito Santo significou para o homem uma unção ou capacitação para realizar a obra de Deus. Essa capacitação é disponível a todo aquele que crê em Jesus Cristo, e procura servi-lo. O Espírito santo reveste o cristão do poder de Deus. Ser revestido desse poder é ser batizado com e pelo Espírito Santo.
Sobre o cumprimento da promessa da vinda do Espírito Santo, a Bíblia ensina o seguinte:
- O Espírito Santo desceu sobre os discípulos em uma ocasião especial (At 2:1-4).
- O Espírito Santo permanece no coração e na vida dos crentes (Jo 14:16).
A atuação do Espírito Santo transforma o individuo. Os discípulos foram dinamizados com o poder do Espírito Santo, tornando-se ousados na proclamação e no testemunho de Jesus Cristo (At 2:4-6). O resultado fez-se sentir imediatamente no arrependimento do povo dos sesu pecados (At 2:37), e na conversão ao Senhor Jesus Cristo (At 2:41).
Em relação a obra do Espírito Santo em nossa vida:
1) Ele convence do pecado (Jo 16:8);Ele revela a natureza do pecado e seu castigo, e leva o homem a reconhecer que é culpado diante de Deus. Guia o pecador a Ter fé em Jesus, como Salvador;
2) Ele auxilia o crente a crescer em poder, e a andar nos caminhos do Senhor. O Espírito Santo ajuda o crente a ser santo. Esse crescimento só acontece quando lhe obedecemos, fazendo o que ele nos manda (Jo 14:26).
3) O Espírito Santo é o grande consolador, quando estamos tristes (Jo 14:16).
4) Ele revela a verdade à consciência e ao coração do indivíduo (Jo 14:17; 16:13);
5) O Espírito Santo testifica que o crente é filho de Deus.
Em relação a obra do Espírito Santo na Igreja:
1) Ele faz crescer as igrejas (At 9:31);
2) Ele dirige a igreja conforme se verifica em Atos 132;2;
3) Concede dons espirituais aos cristãos, visando o crescimento do Reino de Deus (I Co 12:8-11);
4) Constitui pastores sobre as igrejas, vocacionando-os e dando-lhes capacidade (At 20:28)
Em relação a obra do Espírito Santo no mundo:
1) O Espírito Santo veio ao mundo para convencer do pecado (Jo 16:9);
2) O Espírito Santo convence o mundo da justiça (Jo 16:10).
3) O Espírito Santo convence do juízo vindouro de Deus (Jo 16:11).
Em Galátas 5:22-23, temos uma lista de características que nos permite identificar a presença do Espírito Santo na vida do indíviduo, são chamdos de o fruto do Espírito:
O primeiro resultado da presença do Espírito Santo no indivíduo é sentido através do que se manifesta em seu interior: amor, gozo e paz.
O segundo resultado manifesta-se na vida exterior: longanimidade, benignidade e bondade. Longanimidade significa serena resignação, em face de injustiças. É a capacidade de suportar maus tratos, sem procurar vingança. É contender com pessoas exaltadas, sem contudo se irritar, é manter a calma no meio de injúrias e calúnias.
O terceiro resultado do Espírito Santo manifesta-se no íntimno relacionamento da pessoa consigo própria: fidelidade, humildade, mansidão ou domínio próprio.
Fidelidade significa a probidade, lealdade para com os homens e para com Deus.
Humildade não quer dizer fraqueza. Jesus era humilde, mas não era um fraco. Por último, temos o domínio próprio. É tarefa difícil.
O único poder que na terra, pode dar ao homem vitória sobre essas coisas é o Espírito Santo.
O crente deve ter as seguintes atitudes para com o Espírito Santo:
1) O crente deve buscar a plenitude do Espírito Santo (Ef 5:18-21);
2) Não apagar a influência do Espírito Santo (I Ts 5:19; Rm 8:10-11);
3) Evitar entristecer Espírito Santo (Ef 4:30);
4) Não resistir a sua voz At 7:51).
segunda-feira, 2 de março de 2015
Consertando redes
"Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os" (Mt 4:21)
O ministério de João era consertar. Consertar implica algo que existiu por um período, foi danificado ou quebrado e que agora necessita de um conserto para restaurá-lo à sua condição inicial.
A igreja existe desde o dia do Pentecostes. Entretanto, não muito depois disso, ela foi danificada por muitos pensamentos, opiniões, filosofias, ensinamentos e doutrinas diferentes. Ao ler o Novo Testamento e a história da Igreja, veremos que muitos conceitos prejudiciais penetraram na Igreja pelo judaísmo. Essas ideias danificaram a Igreja primitiva. Além disso, ainda no século primeiro, o gnosticismo, uma mistura de filosofia grega, egípcia e babilônica, também penetrou na Igreja, causando-lhe muito dano.
Dessa forma, a Igreja primitiva foi danificada tanto pelos conceitos religiosos judaicos como pelas idéias filosóficas gregas, que produziram inúmeras doutrinas e ensinamentos, e estragaram a Igreja, fazendo "rombos" na rede espiritual.
Grandes danos foram e são causados por grupos que se dizem cristãos, os quais não reconheciam que Cristo, o Filho de Deus, viera em carne. Eram os anticristos como chamava o apóstolo João (I Jo 2:18, 22 cf. I Jo 4:1-13). Quem se diz ser cristão e não confessa que Jesus Cristo veio em carne é considerado um anticristo.
Atualmente vários grupos das mais diferentes denominações que se dizem cristãs continuam causando danos à Igreja com seus modismos, unçãos, doutrinas, heresias e teologias que não condizem com o ensino bíblico. Nunca se fez tão necessário o surgimento de homens e mulheres de Deus comprometidos com a autenticidade dos ensinamentos das Escrituras Sagradas, para que sejam consertados os danos que continuam sendo causados a Igreja de Cristo
Interpretando sonhos
“Ora, se o sonho foi duplicado a Faraó, é porque esta coisa é determinada por Deus, e ele brevemente a fará.” (Gn 41:32)
Por alguma razão o Faraó mandou encarcerar seu copeiro-mor e o padeiro-mor na prisão onde se encontrava José (Gn 40:1-4). Ali os homens tiveram sonhos enigmáticos e Deus deu a José a habilidade de interpretar corretamente os sonhos (Gn 40:5-19).
O sonho do copeiro foi interpretado que em três dias ele seria libertado da prisão e restituído ao seu cargo de confiança no palácio do Faraó (Gn 40:13). Então, José aproveitou para pedir ao copeiro que intercedesse por ele junto ao Faraó a fim de remediar a injustiça que havia sofrido (Gn 40:14-15).
O significado do sonho do padeiro seria sua execução em três dias, na qual o Faraó mandaria decapitá-lo e colocar sua cabeça sobre um poste para servir de alimentação às aves (Gn 40:19).
Três dias mais tarde, no aniversário do Faraó, os sonhos do copeiro e do padeiro se cumpriram exatamente como José havia predito. O copeiro foi libertado e o padeiro decapitado. Livre e assumindo o seu cargo no palácio, o copeiro-mor, diante da benção alcançada, esqueceu-se por completo da promessa que havia feito a José, mas Deus não o esqueceu (Gn 40:20-23).
Dois anos depois, o Faraó teve sonhos misteriosos. Num de seus sonhos apareciam sete vacas gordas e formosas que eram devoradas por sete vacas magras e famintas e, em outro sonho, viu sete espigas mal formadas, murchas e miúdas devorando sete espigas cheias e bem formadas que cresciam numa só cana (Gn 41:1-7).
Ao amanhecer o Faraó, perturbado em seu espírito, consultou seus sábios e magos sobre o significado dos sonhos, mas não foram capazes de interpretá-los. Naquele momento, o copeiro-mor lembrou-se do talento de José em interpretar sonhos e o recomendou ao seu senhor, relatando-lhe o que havia acontecido há dois anos quando estava na prisão (Gn 41:9-13). Logo, por ordem do Faraó, tiraram José da prisão por causa de sua habilidade, dada por Deus, de interpretar sonhos. José se barbeou, mudou de traje e apresentou-se ao Faraó (Gn 41:14).
Depois de ouvir os sonhos do Faraó, José os interpretou imediatamente, dando glória a Deus, pois não perdia uma oportunidade para exaltar seu Senhor (Gn 41:16, 28). Segundo José, ambos os sonhos tinham o mesmo significado (Gn 41:29-32). Significava que o Egito passaria por sete anos de abundância e prosperidade e depois viriam sete anos de escassez e fome.
Então, José aconselhou o Faraó, a nomear um administrador prudente e sábio para supervisionar o programa agrícola nacional e a dividir o Egito em distritos. Os responsáveis pelos distritos se encarregariam de recolher a quinta parte da produção durante os anos de abundância para estocá-los, sob o controle do Faraó, para uso nos anos de escassez e fome (Gn 41:33-36).
O líder supremo do Egito ficou tão impressionado com a interpretação de seus sonhos que promoveu José à posição de ser seu mordomo, ou seja, o segundo homem em todo o Egito (Gn 41:37-41). No mesmo instante o Faraó colocou em seu dedo o selo real, vestiu-o com roupas finas, colocou um colar de ouro em seu pescoço, deu-lhe seu segundo carro como sinal que seria a maior autoridade após o Faraó, decretou que todos se inclinassem a ele, mudou seu nome para Zafnate-Panea, que significa “o que provê o sustento da terra” e lhe deu uma esposa, filha de um sacerdote e político muito importante (Gn 41:42-45).
José tinha trinta anos (Gn 41:46), quando num só dia passou da prisão para um cargo elevado no palácio. Depois de ter passado treze anos servido na casa de Potifar e na prisão, Deus o abençoou. Sua esposa, Asenat, lhe deu dois filhos varões, Manassés e Efraim (Gn 41:50-52).
Saindo da presença do Faraó, assumiu a sua função de governador, fazendo uma revista em toda a terra do Egito e durante sete anos de fartura abasteceu os depósitos de provisões. Exercendo a sua função de administrador, “José ajuntou todo o mantimento dos sete anos de fartura, que houve na terra do Egito, e o guardou nas cidades; o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade, guardou-o dentro da mesma” (Gn 41:48).
Como José havia predito, depois de sete anos de abundância seguiram-se outros sete anos de escassez. Havia fome em todas as terras, porém no Egito havia pão. Mais tarde houve fome no Egito e o povo clamou ao Faraó por pão e este disse aos egípcios: “- Ide a José; o que ele vos disser fazei” (Gn 41:88). “Abriu José todos os depósitos, e vendia aos egípcios, porque a fome prevaleceu na terra do Egito” (Gn 41:56) e muitos povos, inclusive os hebreus, foram ao Egito para se abastecerem de alimentos (Gn 41:57).
Deus é fiel e se alegra quando vê o valor da fidelidade na vida dos homens. José cria na fidelidade de Deus e foi fiel a Ele. José não deixou de ser fiel enquanto escravo, mordomo e encarregado dos prisioneiros. Permaneceu fiel diante da traição, da mentira, da calúnia, da injustiça, ao ser esquecido por quem ele havia ajudado e também quando recebeu poder nas mãos.
José foi da prisão para o palácio e passou o resto da vida exercendo o poder e prestígio do próprio Faraó e, ao longo do caminho, salvou o povo de Deus da fome.
Muitas pessoas enfrentam situações que parecem contrárias às promessas de Deus. Contudo, não devem abrir mão de sua fé. Não devem murmurar nem blasfemar, pois Deus continua no controle da história. O socorro sempre vem do Senhor. Todos os males na vida de José só serviram para empurrá-lo rumo ao posto de governador do Egito.
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Qual a diferença entre desejos da carne e desejos da mente?
Por Josemar Bessa
O apóstolo Paulo faz uma distinção entre os desejos da carne e dos pensamentos: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” - Efésios 2:3
Ambos se opõe totalmente a Deus, ambos são fruto de nossa natureza caída. Mas são diferentes e de maneira sutil podem penetrar fortemente onde o outro não se manifesta tão evidentemente.
Os desejos da carne parecem ser as mais grosseiros, as paixões mais sensuais, conectadas, por assim dizer, com a parte que gostaríamos de colocar como a mais inferior de nossa natureza. Os desejos da mente são aqueles que estão conectados com o que vemos muitas vezes até como qualidade superiores.
Alguns estão completamente mergulhados em toda sorte de frutos sensuais de luxúria, na satisfação deles avidamente... Enquanto outros, que podem desprezar tudo isso, ou pelo menos não são tentados ou pratiquem tão avidamente estes, realizam com igual ardor os sussurros de um caráter e disposição mais refinados.
Ambição de subir na vida, sede de poder sobre seus semelhantes, um desejo por fama, uma filosofia que parece moral mais que está em oposição a Verdade de Deus, descontentamento com a atual situação da vida, invejando outros em posições superiores a eles, riqueza, talento, realizações, posições mundanas, tentativa de felicidade fora de uma vida que em tudo glorifica a Cristo, ambição de sair da obscuridade, fazer um nome para si mesmo... “desejos da mente”.
Observe como Paulo coloca tudo isso no mesmo nível, os desejos da carne e da mente, e põe sobre eles o mesmo selo, ambos com a marca negra da desobediência e sua consequência nefasta, a ira de Deus.
Quando olhamos os desejos da carne se manifestando de maneira grosseira, tendemos a vê-lo como algo claro contra tudo o que Deus é, mas o que pensamos do comerciante incansável (ou em qualquer outra atividade), enérgico nos negócios, tendo como alvo da vida tão somente crescer... que põe em prática tudo que é necessário para isso, que racionaliza suas motivações, ou seus desvios na busca do crescimento?... Ele é igualmente culpado aos nossos olhos como aqueles que expressam os grosseiros frutos da carne?
O que pensamos do artista dedicado dia e noite no cultivo de suas habilidades como pintor, músico, escultor, escritor... ou em todas as outras atividades da vida... enterrados em seus livros... no ramo particular que escolheu seguir, cuja vida e energia é totalmente gasta em satisfazer todos esses desejos de sua mente?
Tanto quanto a sociedade, bem-estar público, o conforto próprio e de suas famílias, e o progresso do mundo estão em causa aqui... quando chegamos a pesar a questão diante de Deus, com a eternidade em vista, e as julgamos com a Palavra da Verdade, vemos imediatamente que não há diferença real entre eles, que o homem satisfazendo os desejos mais gritantes da carne e o erudito, o artista, o homem de negócios, o homem literário... em uma palavra, o homem do mundo, qualquer que seja o seu “mundo”... abraçado aos desejos da mente... ambos são da terra, são inimigos de Deus... Deus não está no centro do propósito de suas vidas, e se você pudesse olhar para o fundo de seus corações, muitas vezes ficaria evidente que o homem de “bem” voltado para os desejos da mente, com seu refinamento, educação... manifestam ser inimigos de Deus em suas mentes mais profundamente do que o libertino.
O pecado em ambos é a mesma coisa, e consiste no fato de que em tudo que eles procuram satisfazer é uma mente carnal que é inimizade contra Deus e Sua Palavra, que não são sujeitos a ela, e como disse o Apóstolo, nem mesmo o podem ser.
Deus (como se revelou em sua Palavra) não está em suas mentes, em seus pensamentos... apesar de viverem, respirarem, se moverem e existirem nEle, vivem inteiramente para si mesmos, e portanto, são rebeldes na definição mais profunda que Deus dá em Sua Palavra, alienados da vida de Deus, vivendo como se Deus não existisse ou como se existisse, existisse para eles e não eles para Deus.
“Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” - Efésios 2:3
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
A primazia de Cristo
“Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou.”(Jo 13:13)
Na Bíblia há exemplos de pessoas religiosamente experimentadas, sinceras, que, antes que permitissem a Cristo o primeiro lugar em suas vidas, tiveram que sofrer duras provações. São os casos de Tomé, Pedro e Paulo. O primeiro atravessou o obstáculo da incredulidade (Jo 20:25); o segundo, o da covardia (Jo 18:17,25,27); e o terceiro, o do fanatismo (At 26:5; Fl3:6).
Incredulidade, covardia e fanatismo são alguns dos fatores que, ainda hoje, impedem a primazia de Cristo na vida do homem moderno. A verdade é que não é fácil entregar a Jesus a direção de nossas vidas quando cada um tem o seu modo de pensar e se deixa envolver nas atividades deste mundo. Se foi difícil para aqueles que O tiveram em carne e osso, quanto mais para os que O receberam em Espírito e em Verdade (Jo 4:24).
Para o duvidoso e incrédulo Tomé, Jesus só passou a ser o seu Senhor, no momento quando ele identificou o Mestre com o nome de Deus (Jo 20:28). Para ele, Jesus foi então descoberto como sendo o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus criador de todas as coisas. Um era mesmo o Outro. “Deus meu!” Que resposta, quanta reverência. Tomé descobriu a primazia de Cristo em sua vida no momento em que Jesus repreendeu a sua incredulidade (Jo 20:29).
Na ocasião em que Jesus foi preso e levado ao julgamento dos homens, Pedro observava os acontecimentos. Ele não precisava estar ali. Alguns apóstolos fugiram, mas Pedro queria ver o que estava acontecendo. Ele havia prometido ser fiel ao Mestre até a morte (Mt 26:35). Não foi. Em público, ele diz que nem sequer conhecia o prisioneiro condenado (Mt 26:69-75). Foi ali mesmo, naquele local, que Jesus teve a oportunidade de ocupar o primeiro lugar na vida de Pedro. A lembrança das palavras de Jesus ditas diretamente a ele antes da sua prisão, foi o instrumento usado para conduzir o apóstolo à completa submissão ao Filho de Deus (Mc 14:72).
Paulo obedecia a sua própria vontade, o fanatismo religioso tomou conta de seu comportamento (At 9:1-2). Como pode um homem perseguir e matar, alegando fidelidade aos seus princípios religiosos? Estava errado! Ele agiu de acordo com a sua própria mentalidade até o dia quando sofreu a queda, na estrada de Damasco (At 9:3-4). Foi essa a forma que Deus usou para mostrar-lhe que acima de seu fanatismo está Jesus, o Senhor (At 9:5).
“Senhor, que queres que eu faça?” É a pergunta que devemos fazer. Não podemos ser incrédulos, nem covardes, nem fanáticos religiosos. Estes males são obstáculos à primazia de Cristo em nossas vidas. O Senhor Jesus quer moldar as nossas vidas, ele quer ser, além de nosso Salvador, o nosso Senhor. E nós, o que desejamos?
A vida do novo ser em Cristo
A nova vida que a pessoa convertida desfruta é uma vida no Espírito de Deus. Isso implica o fato do comportamento da pessoa ser caracterizado pela retidão e pelo amor (Tt 2:14; I Pe 1;15; Ef 4:25-5:5).
Pode ser contradição, mas a realidade é que a partir dessa nova vida aparecem conflitos. Longe de ficar isento de problemas, o indivíduo que aceita Cristo como seu Salvador pessoal terá de enfrentar alguns conflitos e lutas, no empenho de um viver segundo os ditames de Jesus Cristo. Esses conflitos e lutas decorrem do fato de o mundo, dominado pelas forças do mal, envidar esforços no sentido de dissaudir qualquer pessoa de seguir os caminhos de deus. O próprio Senhor Jesus advertiu os seus discípulos a respeito dessa oposição. Consideremos o seguinte:
- O cristão pode esperar violenta oposição (Mt 7:14; Jo 16:33).
- Há oposição por parte de um mundo ímpio (I Pe 4:12). Essa oposição pode ser privações financeiras, zombaria por parte dos amigos, perseguições hostis.
- Satanás não desiste (I Pe 5:8).
- A nova vida envolve uma luta contínua (Hb 12:1-2).
Os resultados podem desapontar (I Jo 1:8-10). A nova vida em Cristo tem suas oscilações, altos e baixos. Pode acontecer falha e derrota em alguns aspectos: depressão, desapontamentos, e falta de coragem em outras ocasiões. Mas também acontecerão momentos de vitória, alegria e satisfação intensa. A tentação vencida uma vez, voltará outras vezes. A santidade de vida não significa perfeição absoluta. O crente deve reconciliar-se consigo mesmo, aceitar a realidade de sua própria fraqueza. Deve nutrir a disposição de perdoar-se a si mesmo, baseando-se no fato de que Deus o perdoa, e firmar-se na nova determinação de perseguir o objetivo da obediência e semelhança de Cristo.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
A porta estreira
Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.”(Lc 13:24)
Nem sempre nossa preocupação em torno do tema da salvação toca os pontos fundamentais do problema. Algumas pessoas se preocupam com faltas cometidas no passado e que não obterão jamais, o perdão de Deus, daí o temor do inferno. Outras cultivam a idéia de um Deus “bonzão”, que fecha os olhos para suas faltas e estão certos de terem um lugar garantido no céu, sem esforço algum. Outras, ainda, atribuem somente a Deus a questão da salvação e deixam sobre Ele toda a responsabilidade em relação ao futuro, “Deus sabe o que faz”.
Em Lucas 13:23-30, Jesus é questionado a respeito de quantos se salvarão. Seria um número pequeno? Jesus não esclarece. Ele aprofunda aspectos fundamentais da questão: Como fazer para se salvar; a urgência da opção pelo caminho apto a salvar; não supervalorizar os próprios méritos. Jesus recorre ao simbolismo da porta estreita quando diz: “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão” (Lc 13:24).
É necessário esforçar-se para entrar, desfazer-se do supérfluo. Quem está carregando egoísmo, soberba, ódio, não pode atravessar a porta estreita. Quem explora os pobres, é injusto, é prepotente contra o indefeso, quem faz calúnia, não pode atravessar a porta estreita. Cada um sabe do que se desfazer, se não abrir mão do supérfluo está fadado a ficar de fora. A urgência da decisão de adaptar-se as dimensões da porta estreita é ilustrada no v. 25. A porta estreita num determinado momento estará também cerrada (Mateus 24:40). A decisão de se desfazer dos fardos supérfluos tem um tempo determinado. Quem pensar entrar na casa quando bem entender será excluído (v. 27). A confiança nos próprios méritos pode ser a condenação (v. 26) pois a precedência é invertida (v. 30).
É necessário compreender a vontade de Deus. Ele não quer que ninguém fique de fora. Deus nos congrega, nos acolhe, não faz acepção de pessoas. Todos haverão de conhecer a glória de Deus (Is 66:18), não importa como estão e como sejam trazidos. O desejo de Deus é o mesmo de Jesus: todos estão convidados a passar pela porta estreita (Jo 14:6). O homem é livre para escolher, mas cada um que se condena, decepciona Jesus. A vontade de Deus é que todos se salvem (Jo 3:16).
É necessário desfazer-se dos empecilhos que nos afastam de Deus. É necessário buscar o Senhor Jesus. A porta é o lugar natural por onde as pessoas entram, qualquer outro lugar é considerado estranho. Entrar pela porta é entrar de modo legítimo. Entrar pela porta estreita é entrar por meio de Jesus. Ele nos conduz à vida eterna. Jesus é a porta estreita. É necessário fazer uma decisão, optar pelo caminho estreito que leva ao Senhor. Ele não é apenas a porta, mas o único Caminho possível (Jo 14:6). Diz Jesus: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mím, será salvo, entrará e sairá, e achará pastagens“ (Jo 10:9)
.A ilustração que se segue, de autor desconhecido, retrata muito bem a porta estreita citada nos Evangelhos:
"certo comerciante do ramo de conveniências sentiu-se ameaçado por um grupo supermercadista que o havia procurado para comprar sua loja, diante da recusa de vender, fecharam negocio numa grande área ao lado onde erigiram uma loja monumental dividindo apenas por uma parede. O comerciante ficou desesperado com a idéia de sucumbir diante de uma grande empresa. Cogitou indagando a si mesmo: como sair dessa? Criativo que era, teve uma idéia genial, reformou sua loja, mandou abrir uma enorme porta, aumentou estoque e dias antes da inauguração do grande supermercado, colocou um painel luminoso muito bem elaborado, com o novo nome fantasia: PORTA PRINCIPAL. As pessoas vinham curiosas comprar no supermercado, entravam pela porta principal, pensando que estava dentro do novo empreendimento, quando descobriam já haviam comprado bastante. Com isso o dono manteve seus negócios em alta, mesmo com a desproporção dos comércios”.
È mais ou menos assim que o inimigo de nossas almas tem atraído as pessoas a sua loja de conveniências, porta larga, painel luminoso e chamativo. As pessoas entram e só descobrem que estão em lugar errado depois que gastaram muito tempo, dinheiro e comprometeram a própria vida. A porta celestial Única, é estreita, de difícil acesso, quase imperceptível. O ser humano gosta da portas largas, luminosas, cheias de glamour e que são apresentadas como principal. Imagine deixar a porta espaçosa, entrar na estreita como a de um aprisco, onde muitas ovelhas tentam entrar ao mesmo tempo, uma imprensando a outra. Essa e a figura da porta celestial, única que leva aos céus não têm luminosos nem jactäncia e se alguém ousar entrar por ela, encontra alimento sólido para suas almas.
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