sexta-feira, 31 de julho de 2015

QUANDO AS BOAS OBRAS SE TORNAM TRAPOS DE IMUNDÍCIA




Por Fabio Campos

Texto base: “... todas as nossas boas ações são como trapos sujos”. – Isaías 64.6b (NTLH)

Quão belo é contemplar alguém caridoso, não é verdade!? Não é para menos, pois além de “glorificar o Pai que está nos céus”, às obras ajudam o próximo e materializa nossa fé, como está escrito: “... foi pelas obras que a fé se consumou” (Tg 2.22b). As boas ações e a caridade não são boas somente para aqueles que delas se beneficiam, mas para aqueles que as praticam.

Mas há um tipo de “boa ação” que é pecado diante de Deus; aquela qual não é feita pela fé, e como está escrito,“tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm 14.23b). A Escritura diz que este tipo de obra é tida por Deus como trapo de imundície. Trapo de imundície, na época, era qualquer pedaço de pano mal cheiroso que fora utilizado para limpar algo impuro, como por exemplo, a “menstruação da mulher” e as feridas de um leproso. Ambos os casos eram considerados impuros no Antigo Testamento e exigiam, até que sarados, o isolamento social (Lv 15.3; 13. 8-10).

É extremamente necessário “examinarmo-nos a si mesmo” todos os dias para saber se de fato fazemos boas ações para glorificar a Deus e ajudar o próximo ou para nos vangloriar do que fazemos e se mostrar aos homens. C. S. Lewis já dizia a respeito do ativismo, o que parece ser fervor pode ser apenas inquietação ou até auto-adulação de quem se considera importante. Por isso algumas motivações tornam nossas boas ações trapo de imundície perante Deus.

Temos, por exemplo, os fariseus hipócritas tão duramente criticados pelo Senhor Jesus Cristo. Para angariar aplausos, se mostravam caridosos, no entanto faziam a vista da multidão tocando trombetas para alardear suas “virtudes”. Muitos agem do mesmo modo! Fazem o bem com mão direita e logo a esquerda já está sabendo. Basta qualquer boa ação, que por um instante traga um conforto a consciência culpada, para uma bela postagem do tal ato no facebook. Tal coisa é contrária ao ensino bíblico, como está escrito: “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mt 6.3).

Outra coisa que torna nossas boas ações trapo de imundície é quando fazemos algo para ganhar o favor de Deus. Muitos querem se salvar em seus próprios méritos. Não são caridosos por amor ao próximo, mas porque amam a si mesmos. Quando uma “Testemunha de Jeová” bate na porta da sua casa, o objeto da salvação não é você, mas ele mesmo. Pensa que por suas obras, por aquilo que fazem para Deus serão salvos.

Muitos fazem por medo de Deus e, assim, pela caridade, pensam que estão, com isso, merecendo sua salvação. Boas obras neste intuito, por medo de Deus, para ganhar a salvação e não por amor a Ele, é uma afronta, já que somente em Jesus, e não na caridade, podemos ser salvos (At 4.12). Tal cousa é como um sino que ressoa; não faz sentido. Sem amor, ainda que eu distribua todos os meus bens aos pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se tal coisa não for feita unicamente por amor a Deus, de nada se aproveitará (1 Co 13. 3).

Nossas ações só são consideradas quando a realizamos por fé, pois tudo que não provem da fé, até nossas boas obras, quando são uma tentativa de merecer a salvação, é abominável. Na soberba, diríamos: “A minha própria mão me livrou” (Jz 7.2). Com a mesma soberba do Diabo, assim faz todo homem que se exalta diante de Deus ostentando sua “caridade”. Deus odeia o soberbo, mas concede favor aos humildes (Tg 4.6).

Os argumentos citados acima, geralmente são refutados pelos “cristãos” marxistas e pelos católicos romanos (não todos), com o texto de Mt 25. 31-46. O trecho em questão trata acerca de visitar o preso, dar comida ao faminto, hospedar o forasteiro e vestir aquele que não possui roupa. De fato, não há como ser cristão e faltar nestas coisas.

O problema é que este pessoal faz eisegese, e não exegese do texto. Tiram do contexto! Isolam da temática bíblica qual abrange outros textos para impor suas ideias e construir suas teologias. 

No trecho de Mateus, Jesus trata do julgamento, e antes mesmo de iniciar, já é separado ovelhas dos bodes (v. 31). O que precisa ficar entendido é que ovelha sempre foi ovelha; ela nunca se esforçou para ser ovelha (v. 33). Contudo, tem o outro lado; o pessoal que foi posto a esquerda, estes são bodes. Sempre foram bodes; mas por muito tempo se disfarçaram de ovelhas e tentaram enganar muitas pessoas com sua falsa caridade, como está escrito: “acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15). Geralmente têm aparência de piedade, são caridosos, mas negam a Deus e a salvação em Jesus Cristo (2 Tm 3.5).

Não se deixem enganar, o diabo é muito mais bonito do que muita gente pensa. A Bíblia nos exorta a não ignorarmos os seus ardis (2 Co 2.11). Os filhos das trevas são mais habilidosos do que os filhos da luz (Lc 16.8).

A ovelha verdadeira faz sem saber que fez. O cristão verdadeiro - dá de comer ao faminto; dá de beber aquele que tem sede; hospeda o forasteiro sem saber (Hb 13.2); veste o que está nu e cuida do enfermo - mas ele tem para si mesmo que não está fazendo nada mais além do que sua obrigação. Veja que eles só saberão naquele dia que fizeram o bem, quando perguntarão ao Senhor: “Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber” (Mt 25.37 NVI).

O verdadeiro cristão é como a candeia; sem saber, ilumine os de sua volta. O sol nunca poderá deixar de brilhar; ele não se esforça para tal coisa. Brilha sobre justos e injustos simplesmente porque é sol. Tão logo o cristão verdadeiro faz boas obras, mas se gloria somente em Cristo, porque sabe que fazendo o bem, ainda estará devendo o amor (Rm 13.8).

Não há quem ame o suficiente; e Deus requer que amemos perfeitamente (Mt 5. 48). Se você está devendo o amor, está pecando contra Deus; por isso que por obras ninguém se salvará, mas somente pela fé em Cristo. Mesmo sendo falhos, para Deus, em Cristo, somos perfeitos e santos (Hb 10.14). Isso nos humilha sob a poderosa mão de Deus e nos abate. É como um espinho na carne qual nos ajuda a não se vangloriamos diante do Senhor.

A Bíblia nos exortar a dar esmolas, entretanto, com critério. Ela não endossa a filantropia aos vadios, como está escrito: “... se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2 Ts 3.10). Jesus, no texto usado por aqueles que se vangloriam de suas obras, se refere fazer aos “pequeninos” que lhe pertenciam (v 41,45). Precisamos ter critério.

Precisamos ter prioridades. A Bíblia diz que precisamos cuidar de nossa família. Se você é caridoso com os de fora, mas tem negligenciado sua família, a Escritura diz que você é pior que um descrente (1 Tm 5.8). O Reverendo Hernandes Dias Lopes diz que deixar de socorrer seus progenitores é um escândalo para o cristão, uma contradição, uma negação do verdadeiro cristianismo [1]. A Bíblia também diz para priorizarmos os “domésticos da fé” (Gl 6.10).

Muitos usam o texto de Mateus (conforme citei anteriormente) para se apoiar em suas boas ações, cantando em alto e bom som a sua “bondade” aos homens. Contudo, vão visitar os presos (por justa causa) e alimentar os pedintes (que não querem trabalhar). Lógico que todos os seres humanos por serem a imagem e semelhança de Deus precisam ser respeitados na sua singularidade e tratados com dignidade. No entanto, aqueles que defendem este pessoal usando este texto, erram na sua interpretação. Estão justificando suas obras-mortas (já que delas se vangloriam) em algo que Deus não as considera.

No tempo de Jesus, na Palestina, os desfavorecidos só conseguiam recursos unicamente através de esmolas. Não tinham acesso com facilidade a um trabalho digno e nem sequer poderiam recorrer a pensão de um salário mínimo. Estes são os “pequeninos” que Jesus sinalizou. Os forasteiros eram aqueles que foram lançados em prisões por motivos injustos. Era comum também tomar o estrangeiro por escravo. Por isso que junto da viúva e do pobre, o estrangeiro está entre a classe que Deus tem mais ciúmes.

No mundo antigo, as pousadas eram notoriamente sujas, notoriamente caras e notoriamente imorais. Portanto, aqueles que abriam seu lar aos pregadores itinerantes prestavam um importante trabalho à custa do evangelho[2]. Jesus disse que aquele recebe um profeta e der a ele algo de beber, ainda quer for um simples copo d’água fria, pelo o fato de pertencer ao Senhor, tal pessoa de maneira alguma perderá o seu galardão (Mt 10.40-42).

Outro texto muito usado por aqueles que querem se apoiar em sua caridade é o de Tiago, que diz: “A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tg 1.27 NVI). Até o cuidado para com as viúvas deveria ter seus critérios. A Bíblia diz para honrarmos as viúvas piedosas (1 Tm 5.3), e não aquelas que se entregam a prostituição (1 Tm 5.6). Nunca estaremos isentos das boas obras, pois os “pobres sempre estarão conosco” (Jo 12.8), entretanto, tudo precisa ser feito com critério através da “fé que opera pelo amor” (Gl 5.6).

Portanto, não perca o galardão de Deus em busca dos aplausos dos homens. Faça boas obras e seja caridoso, mas nunca perca de vista que para Deus você ainda é um “servo inútil” (Lc 17.10). Se você quiser se vangloriar de suas obras, lembre-se que tropeçando num só ponto da lei, também será réu de todos os outros (Tg 2.10). Eu pergunto: O seu amor é perfeito? Você já deixou de fazer o bem mesmo tendo como fazê-lo? Se sim!, a Bíblia diz que você pecou, pois certamente você deixou de fazer a um dos pequeninos de Jesus (Tg 4.17).

Não divulgue suas boas ações e seus atos caridosos; tente fazer o possível para que ninguém as descubra, pois caso comece a divulgá-las, tudo se tornará trapo de imundície para Deus, e o seu galardão será somente a adulação hipócrita dos homens. Faça tudo por amor a Deus; certamente Ele se alegrará de ti. Tudo mais que você fez no secreto, O Senhor te honrará perante os homens.

Termino dizendo: Você tem obras por que não tem fé; ou você tem fé e a demonstra por meio das obras? Deus se alegrará das suas obras se primeiro encontrar fé! Você tem fé para isso? Não deixe suas boas obras virarem trapo de imundice; faça por gratidão e não para ser agraciado.

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!

Referências bibliográficas:

[1] LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo; o pastor, sua vida e sua obra. Hagnos, 2014. São Paulo, SP, p. 118.[2] Ibid, p. 120.


terça-feira, 28 de julho de 2015

Crer e acreditar




João Cruzué

Crer e acreditar, são duas palavras, dois verbos, que aparentemente não possuem diferença semântica, mas para mim, espiritualmente, têm significados bem diferentes.

Em uma simples análise, crer e acreditar são sinônimos. Dar crédito, ter confiança, ter como verdadeiro, ter fé... enfim, iguais. No campo da exegese bíblica, nada tão diferente, a não ser o fato de que há pouquíssimo uso do verbo acreditar nos textos bíblicos, pelo menos nas traduções da "Almeida Revista e Corrigida, edição 1995 e Bíblia Digital América (Sociedade Bíblica Trinitariana) com citações da Versão King James. Na pesquisa desta última, o verbo crer aparece flexionado 92 vezes, e acreditar apenas 11. Na Versão Almeida Corrigida, acreditar é citado apenas 10 vezes. Então, biblicamente, dá para perceber que há, sim, diferença entre ambos.

O significado de acreditar na bíblica é basicamente "dar crédito a". Crer, por outro lado, é um verbo carismático, ativo, que envolve um componente especial: A fé. Tendo feito estas considerações, vamos à reflexão de fato.

No 2º Livro dos Reis, o Rei da Síria fazia guerra contra Israel, e Deus revelava os planos dele ao profeta Eliseu. Quando o Rei sírio soube que o profeta estava em Dotã; para lá enviou, à noite, cavalos, carros e um grande exército. Então, o moço do profeta Elizeu acordou bem cedo e se assustou quando viu o grande exército síriocercando a cidade. Com medo, acordou o profeta e disse: Ai, meu senhor! O que faremos? Isso aconteceu, porque o moço ACREDITAVA naquilo que seus olhos viam.

Então o profeta Eliseu respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Ele dizia assim, porque tinha mais experiências com Deus. Eliseu usava os olhos da fé para se orientar e não dava crédito apenas aos que seus olhos viam. E por isso orou pelo moço: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos [espirituais] para que veja. 

Ver com os olhos da fé, é crer.

E depois que o Senhor abriu os olhos do moço, ele viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.


É possível conhecer e acreditar em muitas coisas, e ao mesmo tempo sentir-se infeliz, vazio e a mais derrotada das criaturas. E digo mais: A maioria dos que olham para você podem acreditar que você é feliz, bem resolvido e cheio de sucesso.

Como isso é possível? Sim é possível, por causa do crédito às aparências.


Outro exemplo bíblico. Outro profeta. Samuel, foi enviado à casa de Jessé, o belemita, para ungir um novo rei sobre Israel.

E quando Eliabe, o primogênito de Jessé, passou diante dos olhos do profeta, este pensou: Certamente, está perante o Senhor o seu ungido. Se encantou pelas aparências, mesmo sendo um profeta experiente. Foi surpreendido pela voz do Senhor: "Samuel, não dê crédito à aparência, nem para a altura de sua estatura, porque o tenho rejeitado. Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração."

Fico imaginando, se até um profeta como Samuel se equivocou, quanto mais um simples crente, como eu?


Paulo escreveu assim em II Coríntios 5:7: "Porque andamos por fé e não por vista."

Andar por vista é
 acreditar na aparência daquilo que vemos.

Crer é diferente. Para crer é preciso fé. E a fé não é de todos. II Tes. 3:2.

Para que o moço de Eliseu visse os cavalos e os carros de fogo sobre os montes, ele não precisava de um curso de teologia nem um doutorado em divindade. Os olhos da sua fé foram abertos por uma oração feita por quem tinha a presença de Deus na vida: "Senhor abra os olhos do moço, para que veja."


Quem sabe, até este momento você tem acreditado em muitas coisas que têm aparência de verdade, cheiram como verdade, outros atestam que são verdadeiras, mas não passam de declarações humanas?

E como prova disso, aí está você, no íntimo do seu ser, sentindo-se vazio e infeliz. Olha, há pessoas costumam passar a vida inteira a procura de algo que as satisfaçam e, paradoxalmente, não conseguem achar o que o que procuram, e que está tão perto.

Outras procuram experiências místicas ou uma religião, pensando que rituais, liturgias e regras de conduta são o bastante para acreditarem que Deus está no comando de suas vidas. Mas podem estar tão enganadas.

Quero terminar este texto refletindo sobre a vida de Saulo de Tarso. Ele acreditava que estava fazendo a vontade de Deus. Ele acreditava que acabar com os cristãos era o propósito de Deus para sua vida. Ele era pós-graduado nas escrituras judaicas. E mesmo assim estava enganado. Deus teve misericórdia dele, e se deixou conhecer. Anos depois já convertido, Paulo - o apóstolo dos gentios, disse estas palavras:

"Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e a tua Casa." Atos 16:31.

Divórcio



Por João Cruzué


Trabalhei por quase seis anos à frente de uma congregação da Igreja Assembleia de Deus e, já a partir da primeira semana, peguei amor pela Igreja. O tempo que fiquei, comparado com o de outros dirigentes de congregação foi muito pouco, mas eu descobri que as coisas quando são feitas na vontade de Deus vão prosperar, mesmo que por certo tempo possa parecer que não. Quando a luta se abate forte sobre uma família, a última palavra sobre um casamento quem pode dar é o Senhor Jesus Cristo. Basta que você faça uma coisa fundamental. É sobre isto que vamos refletir.

A Igreja, na Bíblia, sempre foi comparada como uma noiva e seu bem amado é o Senhor Jesus Cristo. O amor fiel de Cristo pela Igreja, é o melhor exemplo para um casal de noivos a caminho do altar. Uma coisa curiosa, por outro lado, tem acontecido: Jovens cristãos que a pouco tempo se casaram, dois anos, cinco anos, sete anos, não desfizeram os votos de fidelidade, porque descobriram os defeitos ou os vícios do cônjuge. Particularmente, por estes dias, uma pessoa conhecida, que abandonou a esposa e os filhos para tentar construir um novo lar, se assentou ao meu lado e começou a abrir seu coração.

Uma família é um dom de Deus. Ela não deve ser constituída a toque de sentimentos, apenas. Aquela frase "o amor é eterno, até que dure" é uma peça de publicidade mentirosa. Deus criou o amor, e ele pode ser eterno, mesmo que advenha tempestades com raios e trovões. O detalhe é: quem escolheu seu cônjuge - foi você mesmo, ou esperou pela vontade do Senhor Jesus? Aqui está o grande segredo. Quem acha uma esposa (ou um esposo), diz a Bíblia: alcançou o favor de Deus.

Uma esposa não é um copo descartável, para que você beba por cinco, dez, 20 anos e depois joga fora. O cristão não se enamora primeiro de qualquer pessoa, e só depois vai perguntar para o Espírito Santo se é aquela é o prometido ou a Rebeca. Um lar não deve ser formado na base de sentimentos, porque nosso coração pode ser tomado de paixão, e depois que a paixão passar, vamos tentar formar um outro. Assim como Jesus sempre vai ser o Noivo da Igreja, da mesma forma quando dois jovens se casam, é um casamento para toda vida.

E assentou-se ao meu lado por estes dias um moço não crente que se casou uma moça de uma família evangélica. Por muito tempo soubemos que ela passava por muito sofrimento por causa de ter se unido a um marido descrente. Vieram os filhos, e depois de uns 12 anos, ele trocou a esposa por outra mulher. Divorciou-se da primeira e arranjou outra família.

O tempo foi passando, as dificuldades chegando e assim, ele buscou a Casa de Deus e aceitou Jesus. Isto ele fez, porém não encontrou a paz de espírito, pois permaneceu a culpa e o remorso por ter abandonado a primeira família. Sentado a meu lado, perguntava o que fazer.

--Depois que você aceitou Jesus, você já foi até sua ex-esposa para lhe pedir perdão? Sim, pois para ter paz em nosso coração, você precisa ir amarrando a corda nos lugares onde ela arrebentou. E mesmo que faça isto, não vai reconstruir o muro que foi derrubado com o divórcio. Seu mau exemplo pode ser vir pretexto para a separação de filhos e netos. Como costumava ensinar meu antigo e já falecido pastor: Lembra, pois, de onde caístes, vai e arrepende-te! 

Quando duas pessoas se casam, são duas cultras familiares diferentes que se unem. Junto vêm defeitos e virtudes. Marido e esposa possuem personalidades diferentes que, de comum acordo, prosperam e trazem a firmeza de um lar. Quando os atritos acontecem, e eles vêm, há dois caminhos a tomar: quem é de Deus vai e busca a presença do Senhor e intercede em favor do seu lar. Mesmo que estiver chovendo pedras ou canivetes, a um clamor sincero de um crente Deus ouve e responde. O outro caminho é ceder aos argumentos do diabo e abandonar o lar.

A resistência de um lar vem da oração do marido, e a visão das dificuldades vem da capacidade maior de discernimento da esposa. Se os dois são cristãos, na hora que a vaca tosse, se um buscar ajuda do Senhor, ela vem. É por isso que quem espera no Senhor para se casar leva uma grande vantagem sobre aquele que namora primeiro, se apaixona, para depois perguntar para Deus se é o escolhido ou a escolhida.

Deus abomina o divórcio. Principalmente, quando o marido deixa a esposa da sua mocidade para se juntar a uma outra mulher muita mais nova.  Um dia vai chegar que ele vai olhar para trás cheio de remorso sem oportunidade de consertar o muro que derrubou.

O que você vai fazer depois do divórcio? 

Não há fórmula científica. Você vai trilhar um caminho que não é do agrado de Deus. Há um monte de "pastores", "bispos" e "apóstolos" por aí dizendo que você deve tocar a sua vida e esquecer de quem ficou para traz. Bola prá frente! Será? De jeito nenhum.

Deus não é Deus de confusão. 

Do jeito que ensina a Palavra de Deus deve ser o conselho do pastor. Se ele vier com conversinha, do tipo, "não se preocupe, isto é muito comum nos dias atuais..." etc, fique experto: ele está mentindo e passando por cima da palavra de Deus! A família é constituída pelo casamento de um homem com uma jovem. Ela simboliza a união de Cristo com a Igreja. Uma união planejada, esperada, e executada. Da mesma forma que Cristo amou a Igreja, assim é o padrão de amor do marido para com sua esposa.

O divórcio é como o muro quebrado de uma casa. 

Depois que uma brecha é feita e uma nova tentativa de família é buscada, nunca mais vai haver oportunidade de reparação do muro quebrado da vida conjugal.

Por isso, antes de se casar busque a direção de Deus. Antes mesmo de propor namoro, busque a direção de Deus. A formação de um lar deve ser feita com a aprovação de Deus. Isto envolve oração e paciência para esperar no SENHOR.  Como a desconstrução de qualquer sociedade passa pela família, nem tudo que está sendo dito por aí, deve ser entendido como uma verdade absoluta. Verdade absoluta mesmo, só aquilo que é da vontade de Deus. E se você já estiver casado e uma tempestade estiver se abatendo sobre a sua casa, lembre-se do exemplo de Davi (I Samuel capítulo 30) enquanto todo mundo acreditava que suas famílias já tinha sido perdidas, David chamou o sacerdote, buscou a presença do Senhor na oração. 

Ora primeiro e confia na promessa do Senhor. Assim não vai fazer uma besteira em seguida.

Com carinho, irmão João.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Heresias


“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema”.(Gálatas 1:8)


Não é nenhuma novidade que apareçam divulgadores de heresias no seio da Igreja cristã. Nos últimos tempos o cristianismo tem sofrido a influência de indivíduos e de grupos que se dizem “ungidos”, que disseminam falsas doutrinas.

Entre as heresias que são apregoadas no meio cristão está a doutrina da prosperidade. Trata-se de uma substituição do Evangelho da Graça, pelo “evangelho” da ganância. É comum ouvirmos da boca dos pregadores da prosperidade coisas do tipo: “Você é filho do Rei, não tem por que levar uma vida derrotada”. A princípio uma frase dessas pode até parecer conforme com os princípios tradicionais de qualquer doutrina. Mas, o que muitos talvez não saibam, é que para esses pregadores, “vida derrotada” é igual a ser pobre, ter dificuldades financeiras, ficar doente, etc. Alguns ensinam que o apóstolo Paulo jamais esteve doente, contradizendo o texto bíblico que diz: “E vós sabeis que por causa de uma enfermidade física vos anunciei o evangelho a primeira vez, e, aquilo que na minha carne era para vós uma tentação, não o desprezaste nem o repeliste, antes, me recebeste como a um anjo de Deus, mesmo como a Cristo Jesus” (Gálatas 4:13-14).

A teologia da prosperidade une o fútil ao desagradável, ou seja, é uma mistura de ganância e comodismo. Os adeptos desta teologia acham que, os cristãos, tem o direito de reivindicar o que quiser de Deus, esquecendo da soberania divina. A posse das bênçãos deixa de ser uma promessa dada por Deus para ser um direito.

Os pregadores da doutrina da prosperidade afirmam com uma ênfase exagerada, que o cristão é uma pessoa “especial”, para quem não existirá pobreza e doença. Experimentá-las seria sinal de falta de fé. Saúde e riqueza significa sinal de salvação. Quando Paulo diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13), está declarando que, porque Deus o fortalece, ele pode viver tanto na pobreza como na riqueza, na abundância como na escassez. É isso que ele diz: Não importa a situação em que você está, pois é sustentado pelo Deus que fortalece; a força dele vem de Deus, e não das coisas que estão à sua volta.

Para refutar esse “evangelho” falso, que promete ao homem uma vida de prosperidade material, atiçando-lhe a ganância, encontramos os textos bíblicos que dizem: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mateus 6:19-20); “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscência loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância e mansidão” (I Timóteo 6:9-11).

A Bíblia diz que devemos “primeiro buscar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas nos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). A confiança em Deus não desaponta. A nossa parte é confiar, o resto é com Deus. Os discípulos de Jesus receberam uma ordem para não levar nada pelo caminho quando saíssem para pregar. Precisamos aprender a lição da dependência de Deus (Lucas 9:1-6). Precisamos aprender a confiar, a buscar o Reino de Deus e seus valores em primeiro lugar. A provisão é com Deus. O desejo de ser rico era e é a motivação de muita doutrina falsa. Através dos séculos doutrinas da Igreja tem sido deturpadas para que haja renda em seus cofres.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Bispo Daniel Rocha

Palavra Ministrada na cidade de Coronel Fabriciano-Minas Gerais.
Foi grande o mover de Deus nessa noite, onde vidas foram renovadas...

Os Evangelhos de Jesus Cristo



Os Evangelhos de Jesus Cristo abrangem um período de trinta e cinco anos aproximadamente. Inicia com o anúncio no Templo de Deus (Lc 1:11-20) e termina com a ascensão do Filho de Deus (Lc 24:51). Assim como o Antigo Testamento começa com a criação do homem a imagem de Deus (Gn 1:26), esta etapa começa com Deus na imagem de homem (Jo 1:14). O homem criado a imagem e semelhança de Deus seria derrotado por Satanás no Jardim do Éden (Gn 2:8), mas o Deus em forma humana derrotaria completamente a Satanás no deserto estéril (Mt 4:1). 

Anteriormente a esta etapa, as ovelhas morriam pelo pastor (Ex 12:1-13), mas agora o Pastor morreria pelas ovelhas (Jo 10:11). 

No nascimento de Jesus Cristo lhe foi oferecido ouro, incenso e mirra pelos magos que o adoraram (Mt 2:11), mas em sua morte os homens impios que se escarneciam dele lhe ofereceram espinhos, vinagre e cuspidas (Mt 27:29,34; 26:67). 

O relato evangélico nos descreve Jesus salvando pecadores sob uma árvore (Jo 1:48), em cima de uma árvore (Lc 19:4, 5), e crucificado (Lc 23:43). 

Nas páginas dos Evangelhos encontramos Jesus acalmando uma tormenta no mar (Lc 8:24) e amaldiçoando uma árvore infrutifera (Mt 21:19). 

Três das oito ressurreições bíblicas sucedem neste período.: (Mc 5:41) – A filha de Jairo; (Lc 7:14) – O filho da viúva; e Jo 11:43,44) – Lázaro. Ao desenvolvimento da história, um carpinterio sonhador é reafirmado (Mt 1:20,21) e é restaurado um discípulo que O nega (Jo 21;15-17). 

Em Mateus , escutamos conversas que vem do céu (Mt 17:1-5) e outras que procedem dos sepulcros (Lc 16: 19-31). As prostitutas são perdoadas (Jo 4:39;8:11) e os hipócritas são condenados (Mt 23). 

Nesta etapa aparecem pela primeira vez os conceitos de Igreja (Mt 16:18), comunhão (Mt 26:26-30) e a Grande Comissão (Mt 28: 19-20). 

Em resumo, os cegos vêem, os surdos ouvem, os mudos falam, os paralíticos são curados, os mortos se levantam, os endemoniados são libertos e os perdidos são salvos.

Evangelista Felipe

Campanha os 7 Mergulhos de Naamã - Ev.Felipe esteve conosco na IPMD trazendo uma palavra abençoada...foi forte a presença de Deus.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A serpente


“Então o Senhor Deus disse a serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.” (Gn 3:14)



Podemos achar ingênua a história da queda do homem. No entanto, negá-la ou considerá-la uma parábola é rejeitar a autoridade do Novo Testamento (Rm 5:12; 8;20-22). Inscrições babilônicas primitivas estão repletas de alusões a uma “árvore da vida”, da qual o homem se afastou por influência de um mau espírito personificado numa serpente, e a qual foi impedido um segundo acesso, por querubins, guardas do jardim.

Há dois sinetes antigos, o da “Tentação” e o de “Adão e Eva”, que parecem apresentar em figuras exatamente o que o livro de Gênesis apresenta por palavras. O sinete da “Tentação”, descoberto no meio de antigas placas babilônicas e que hoje se encontra no Museu Britânico, parece referir-se a história do Éden. No centro vê-se uma árvore; à direita, um homem; a esquerda, uma mulher tirando um fruto; e, atrás da mulher a cochichar-lhe, uma serpente ereta.

Antes da queda do homem, a serpente não era somente a mais inteligente das criaturas, mas era também a mais bela. É evidente pelo relato que a serpente não rastejava como hoje (Gn 3:14). Segundo achados arqueológicos, a serpente mantinha uma posição vertical. Alguns estudiosos dão a idéia que, pela sua beleza, a serpente pudesse ter asas.

Deus não ofereceu oportunidade a serpente de explicar suas ações como permitiu a Adão e a Eva pelo que fizeram. Foi julgada imediatamente. Por emprestar o seu corpo a Satanás a serpente é castigada a arrastar-se no pó a partir desse momento. A serpente para os hebreus era o símbolo da idolatria pagã. Comumente o mal era associado a serpente. O zoroastrismo também relaciona a queda do homem com a serpente. Na Bíblia, a serpente é descrita como animal venenoso, como símbolo de Satanás, como símbolo da malícia .

A guerra descrita em Gênesis 3, não é apenas entre pessoas e cobras, mas entre a humanidade e o reino demoníaco. A serpente colocou dúvidas na mente da mulher, alegando que Deus estava privando a ela e a Adão de seus direitos e querendo que se conservassem ignorantes.

As características peculiares do pecado dos primeiros seres humanos são o orgulho, a incredulidade, a presunção e a desobediência. Satanás, possuindo o corpo da serpente, lançou a dúvida sobre a mulher, apelando para seus desejos e vontade de ser superior. Eva é tentada de três modos: pela sensualidade da carne “viu que aquele fruto era bom para se comer”; pela cobiça dos olhos, “agradável aos olhos”; pelo orgulho da vida, “desejável para dar entendimento” (Gn 3:6).

Cristo foi tentado desses três modos (Mt 4:3-11). Eva deturpou a palavra de Deus ao enfrentar a tentação de Satanás, e caiu (Gn 3:2-3), mas Cristo enfrentou sempre Satanás com uma citação da Palavra de Deus, e venceu

sábado, 11 de julho de 2015

As sutis e “onipresentes” tentações da vida.




Por Josemar Bessa

Satanás usa sempre e basicamente duas armas, ele acusa e ele tenta. Suas acusações estão sempre focadas no pecado que já cometemos... e seu propósito último e nos tentar a cometer o pecado que ainda não cometemos. Olhemos a segunda.

Satanás tem uma capacidade gigantesca de adaptar suas tentações ao nosso temperamento e circunstâncias peculiares. Na juventude, por exemplo, ele tanta nos seduzir pelo prazer, esperanças vivas de prosperidade mundana... Quando adultos ele nos leva a enterrar todas as nossa perspectivas nos cuidados da vida. Na velhice somos tentados a indulgência e obstinação teimosa... “é muito tarde para mudar... velho demais para a batalha...” – e por aí vai. Adaptação é algo no qual ele é mestre.

Na prosperidade ele trabalha para inchar nossos corações com orgulho em “linkar” tudo isso a nossa capacidade, esforço... nos levando a auto-confiança, desprezando claramente por esta atitude, tudo que Deus é.

Na pobreza e necessidade, nos leva a auto-comiseração, excita todo descontentamento, desconfiança da bondade de Deus, falta de gratidão, murmuração...

Se somos propensos a um temperamento melancólico, ele então busca azedar tudo amplificando a melancolia, promovendo mau humor como hábito e o desânimo.

Se naturalmente somos alegres, somos sutilmente levados a indulgência e leveza inconsequente que nos afasta da seriedade do nosso chamado, disciplina...

Em nosso momento diário de devoção privada, ele sempre está entre nós e Deus para nos impedir de perceber sua presença Santa e conhecermos a profundidade da comunhão disponibilizada a nós em Cristo, tentando nos cegar para tudo que Deus é em Cristo para nós agora e para todo o tesouro e sorte de bençãos espirituais que temos em Cristo.

No culto público ele perturba as nossas mentes com imaginações tolas... hoje, por exemplo, basta direcionar nossa atenção para as bugigangas tecnológicas “onipresentes” em nossas vidas... ou viagens sutis em nossas mentes divagando...

Quando temos um tempo confortável e um feliz estado de espírito, ele desperta o orgulho em nosso corações, nos levando a confiar em nossa própria bondade, esquecendo a rocha e fonte de nossa salvação tão somente por graça e nada mais.

Até os momentos da mais profunda humilhação espiritual, ele toma como oportunidade de despertar orgulho espiritual... Se atos de abnegação e compromisso cristão tomam nossas vidas, ele desperta em nossos corações um espírito ufanista...

Se vencemos e superamos qualquer corrupção de nossos corações, ou triunfamos sobre qualquer tentação, ele logo excita em sentimento secreto de auto-satisfação e auto-prazer...

Ele até mesmo induz os nossos corações com algum esquema para fazer “o bem”, tendo o devido cuidado que nosso ego seja excitado pelo sentimento e consciência disso.

Quando o quadro que estamos vivendo é ruim, ele então incitará os ânimos e sentimentos mais profanos de nossos corações, nos levando a amargura, rabugice, mau humor, aspereza, grosseria, raiva...

Não existe nenhuma graça cristã que Satanás não possa falsificar. Ele pouco se importa quanto sentimento “espiritual” temos, ou quantas ações consideradas boas praticamos, contanto que ele possa nos manter com motivações impuras e motivos egoístas no interior invisível.

Satanás por vezes, se transfigura em anjo de luz. Ele é autor, muitas e muitas vezes, de confortos, justificações, alegrias falsas... tudo isso muito semelhantes a algo realmente gracioso. Satanás tem poder e capacidade enorme de trazer a Escritura para nossa mente, e ele a aplica com destreza, como vimos ele fazer ao tentar o Salvador. Junte isso ao fato de nossos corações serem enganosos e a corrupção ainda residente em nós... e temos uma terrível parceria em direção a queda. Como facilmente ele pode enganar nossas almas com falsa paz e alegrias egoístas e infames diante dos olhos de Deus.

Satanás, sem qualquer sombra de dúvida, pode trazer as promessas mais doces e preciosas de Deus para as mentes daqueles que ele deseja enganar. Mas sempre ele aplica mal as promessas, como tentou fazer com Jesus: “Jogue-se daqui, pois Deus disse que daria ordem aos seus anjos a teu respeito...”. Ele nos diz: “Se aproxime do pecado, brinque no lugar da tentação... Deus não deixará seu servo tropeçar...”

Sutileza e habilidade são sua especialidade. Satanás pede tão pouco no início, que, a menos que nossas consciências sejam muito sensíveis a Palavra, não suspeitaremos.

Somos susceptíveis à tentação do mundo exterior e nas corrupções internas do coração. Elas se juntam poderosamente: “Os que desejam ficar ricos caem em tentações e ciladas”, diz Paulo. Dinheiro, prazer, honra, modas... inimigos “belos” da piedade séria: “Cada um é tentado, quando atraído e seduzido pelos seus desejos...” – é como Tiago expressa. O maior mal que nos aflige, por fim, é a corrupção restante em nós. As tentações de Satanás por si só, seriam leves, sem o peso do conflito interior na luta dos desejos do próprio coração. E Satanás usa contra nós ambos os meios de tentação para realizar seu fim último. Tentações exteriores e os traidores internos. Então você encontra uma aliança secreta entre as mentiras externas e as corrupções de seu próprio coração. Não é pecado ser tentado, mas é pecado dar lugar à tentação: “Não deis lugar ao diabo!”

Poucas coisas são mais enfatizadas na Bíblia e tão desprezadas: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação." "Olhai, vigiai e orai". "E o que eu vos digo, digo a todos: Vigiai." "Vigiai, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente”. "Orai sem cessar, com toda oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança. " "Vigiai e sejamos sóbrios." "Vigiai, pois, em todas as coisas ." "Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha..."

E a tentação é multifacetada e de todo tipo imaginável. Não basta pensarmos em comportamentos imorais. Pense, por exemplo, no câncer e sua capacidade de tentação em destruir a sua fé na bondade infinita de Deus. Pense em como uma dor insuportável é fonte poderosa de tentação... a perda de antes queridos, doença de filhos, dificuldades, tensões no casamento, conflitos, desastres naturais, crises financeiras, crime, violência... A palavra em grego – PEIRASMOS é a mesma para prova e tentação.

A Palavra de Deus nos dá força para vencer o mal, porque através dela, pelo poder infinito da graça de Deus, através da atuação do Espírito Santo, ela liberta nossas mentes de todo poder da mentira operando neste mundo tenebroso, como diz Paulo. “Conhecereis a verdade , e a verdade vos libertará” – João 8.32. “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” – João 17.17. A Palavra de Deus nos faz fortes para vencer o mal, não de uma forma “mística” – ela faz isso porque satura a nossa mente com a verdade sobre Cristo e sua obra perfeita, a verdade sobre a cruz, sobre o Espírito, sobre a Justificação, sobre a fé, sobre quem nós somos em Cristo, sobre o sentido da calamidade, doença... sobre a Soberania absoluta de Deus...

Só neste instante a oração é eficaz. Na Bíblia, Deus nos fala, e na oração, nós falamos a Deus. Essas duas coisas, ser cheio da Verdade, ter mentes saturadas da Verdade e dela fluindo oração – são completamente interdependentes em sua eficácia. A Palavra nos ensina a orar e nos mostra o que orar e como orar. A Palavra nos dá base para a oração e nos enche de completo ânimo que nas bases descritas por Deus, Ele ouve nossas orações. A verdadeira oração aplica as Escrituras a nós e aos outros. A Palavra e somente ela transforma o que falamos a Deus em verdadeira oração... e nessa oração pedimos mais compreensão da Palavra e capacidade para viver a Palavra. Assim, oração e Palavra são interdependentes na operação da transformação de cada um de nós na imagem de Cristo, o que é a única fonte de vitória contra todas as sutis e “onipresentes” tentações da vida.

Fonte: Josemar Bessa

quinta-feira, 2 de julho de 2015