segunda-feira, 4 de maio de 2015

PEDRO, PAULO E AS JOIÁS

Argumento - “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de joias de ouro, na compostura de vestidos, mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” ( I Pedro 3:3,4). “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” (I Timóteo 2:9,10). Começo questionando: Onde estão as proibições? Observe que esses versículos apresentam a mesma estrutura de João 6:27, que diz: “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna...” Jesus não proibiu o trabalho para o sustento humano, mas destacou que o foco deve ser o trabalho espiritual. É uma questão de prioridade, não de proibição. O mesmo acontece com os versículos de I Pedro e de I Timóteo. Não proibiram o uso de joias, mas alertaram que as mulheres não devem colocar isso como o centro de suas atenções. Caso sejam interpretados isoladamente do contexto e ignorando a gramática, como fazem alguns, estariam proibidas também as tranças e os vestidos “chiques”. Mas, além do motivo já citados essa interpretação é impossível, pois Pedro está se dirigindo às esposas de servos, conforme observamos em I Pedro 2:18. Elas não tinham condições financeiras para possuírem esses adornos, ainda mais num momento de crise econômica (I Pedro 1:6). A intenção do apóstolo ao dar esse ensino era convencê-las a não ficarem chateadas por não possuírem essas joias e vestidos, já que esse adorno humano não tem valor nenhum para Deus. Além disso, caso houvesse alguma proibição, deveria ser aplicada apenas às mulheres casadas, já que o contexto fala da submissão ao marido, certo? O uso de joias é algum tipo de afronta a Deus? Claro que não! Pelo contrário, esses itens eram vistos com bons olhos pelos hebreus. Rebeca as usava (Gênesis 24:53) e o povo israelita (homens e mulheres) também (Êxodo 32:2,3). Há ainda referências em Isaías 61:10, Provérbios 1:9, entre outras. Vamos então interpretar os textos citados no início deste texto: Pedro quis dizer: O verdadeiro enfeite da mulher não é sua aparência, e sim, seu coração. Paulo quis dizer: As mulheres devem usar roupas descentes e ornarem-se com boas obras, que não são os enfeites externos! Veja o que diz a Bíblia Viva (que é uma paráfrase) nesses mesmos trechos: “Não se preocupem com a beleza exterior que depende de joias, ou de roupas bonitas, ou de penteados. Sejam belas interiormente, em seus corações, com o encanto duradouro de um espírito amável e manso, que é tão precioso para Deus.” “E as mulheres sejam do mesmo modo, calmas e sensatas nas atitudes e na maneira de vestir. As mulheres cristãs devem ser notadas por sua bondade e virtude, e não pela maneira como arrumam o cabelo ou por causa das joias ou roupas extravagantes.” Será que resta alguma dúvida? Autor: Wésley de Sousa Câmara Referências: A Bíblia Viva Bíblia Almeida Corrigida Fiel Bíblia de Jerusalém

POR ESSA CAUSA ME PONHO DE JOELHOS Efésios 3.14-16

Éfeso era um grande centro comercial da Ásia Menor (atual Turquia). Nesta época o apóstolo Paulo, estava preso em Roma. Muitos alegavam que o apóstolo era um criminoso, e merecia ser preso. O apóstolo informa aos irmãos que ele não está sofrendo por sua própria causa, mas por causa dos cristãos. Por causa da pregação do evangelho de Cristo, pela obra do Senhor, mas ele afirma que o seu sofrer não deveria ser motivo para entristecer os cristãos, mas motivo para gloriar-se. Mesmo estando preso, escrevia cartas que inspiravam ânimo e sempre orava em favor dos cristãos. Mesmo preso, humilhado e caluniado, ele encontrava meios para servir a igreja de Cristo Jesus. Foi no meio a tanta perseguição que Paulo disse em sua oração: "Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra." O ser humano não tem facilidade para se curvar diante do Criador e diante de seu semelhante. Ele é naturalmente resistente a qualquer curvatura. Uma das acusações feitas por Deus a Israel era a de que... “Porque eu sabia que eras duro, os tendões de seu pescoço eram de ferro, a sua testa era de bronze” (Is 48.4). Essa criatura encurvável não se dobra, não se ajoelha, não coloca o rosto no mesmo lugar onde estão os seus pés. Ela é dura, teimosa, orgulhosa e birrenta. O ser humano precisa descobrir a beleza dos joelhos. Eles substituem os pés na prática da oração. Quando dobrados, os joelhos diminuem a altura do que ora e aumenta a altura daquele a quem se ora. É uma reverência aceita por Deus que pode facilitar a oração e a comunhão com ele, desde que o espírito também esteja dobrado. Pessoas extremamente necessitadas aproximavam-se de Jesus e punham-se de joelhos diante dele para suplicar a graça desejada. Precisamos voltar aos joelhos. Na Epístola escrita aos efésios, o mesmo Paulo revela: “Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai” e oro para que “ele os fortaleça com poder, por meio do seu Espírito” (Ef 3.14-16). Agora Paulo conclui a oração. Ele pede a Deus que dê aos cristãos compreensão do amor de Cristo e que este amor os torne abundantes no louvor e gratidão a Deus. Assim ele pede união com Cristo e amor ao Deus de todo poder. Nos apresentando um excelente modelo de oração, com Invocação: "Por esse motivo" O motivo dessa oração: " Deus me revelou o seu plano secreto," isto é: a salvação por Cristo Jesus. "Eu me ajoelho diante do Pai!" era costume entre os judeus ficar de pé quando oravam. Paulo ora ajoelhado, isto expressa uma reverência, ou, uma urgência na invocação. Os joelhos foram feitos também para se dobrarem diante do Todo-poderoso. Na medida que descobrimos que temos muito para tratar dentro de nós, teremos mais vontade para irmos a Deus em oração, pois na nossa própria força não seremos capazes de lidar com as marcas do pecado em nossas vidas Como cristãos, precisamos também das asas espirituais que nos levaram a voar acima das tempestades, para irmos pregar o Evangelho e para subirmos até a Deus em oração. Esperar no Senhor é confiar nossa vida plenamente às suas mãos. Significa depender d’Ele como nossa fonte de ajuda e de graça, em tempo de necessidade. Deus é onipotente, pode todas as coisas, então em oração apresente em confiança plena a sua petição. Nós podemos ver um exemplo ainda mais claro sobre orar de joelhos, podemos ver que o se prostrar diante do pai vem desde o velho testamento na passagem onde Elias se coloca de joelhos...1 Reis 18.42. “Quanto a Elias, subiu ao cume do Carmelo e começou a agachar-se no chão e a manter a face entre os joelhos.” Enquanto Acabe foi encher o estômago, Elias teve a oportunidade de orar ao seu Pai celestial. Note a postura humilde mencionada aqui — Elias, no chão, com a cabeça tão abaixada que seu rosto chegava perto dos joelhos. O que ele estava pedindo? Não precisamos adivinhar. Em Tiago 5:18, a Bíblia diz que Elias orou pelo fim da seca. Provavelmente, ele fez essa oração no cume do monte Carmelo. Na última vez que Elias orou, apareceu uma nuvem pequenininha, do tamanho da mão de um homem. Como será que era essa nuvem? Levantem suas mãos e olhem para elas. A nuvem era um pouco maior que uma mão de criança, era do tamanho da mão de um homem. Daquela pequena nuvem, caiu uma grande chuva! Talvez vocês achem que suas orações sejam pequenas, mas suas orações têm poder. Através delas, Deus pode fazer coisas muito grandes. Pensem em algo muito grande! Deus pode fazer isso. Sabe por quê? Porque tudo o que você colocar diante do pai de joelhos, se houver sinceridade Deus vai te abençoar.Porque qual causa você está aqui hoje??? Elias se colocou de joelhos diante do pai, para que a seca acabasse, e você??? Deus enviou uma nuvem do tamanho da mão de um homem, e aquele foi o sinal que a chuva ia descer, que a chuva ia cair...

terça-feira, 28 de abril de 2015

O propósito de Deus para a Igreja

1 - É fazer com que ela viva para o louvor de Sua glória. Tudo o que fazemos como ovelhas de Seu rebanho, deve ser para a glória de Deus. "...o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória." (Ef 1:14) 2 - É exigir uma vida de santidade. "Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento de sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual..." (Cl 1:9-18) Deus quer a Igreja viva para ele e na presença dEle, mas a missão da Igreja é no mundo, mas é cumprida na presença de Deus. 3 - É o que Ele tem para cada uma de suas ovelhas. "Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens..." (Tt 2:11-15) A Igreja não existe independentemente de seus membros; O apóstolo Paulo não usou a palavra Igreja em momento algum, mas falou crentes; Nós é que damos significado a Igreja enquanto comunidade viva onde se expressa o amor de Deus.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Dizimos e ofertas

1.. O QUE É O DÍZIMO – A palavra hebraica para dízimo é [ma’aser] que significa “décima parte”. O dízimo é uma doutrina bíblica, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Leia com atenção Levítico 27.30.32 e Malaquias 3.10! 2. O SIGNIFICADO DA ENTREGA DO DÍZIMO – O princípio da entrega do dízimo é um reconhecimento de que tudo o que possuímos vem de Deus, desde “nosso fôlego” de vida. É soberba não reconhecer a soberania de Deus em nossa vida. (Is 42.5; Sl 24.1; Ag 2.8; 1Cr 29.11,12-14; Os 2.8) Entregar o dízimo é um ato de adoração a Deus por sua bondade e a fidelidade. (Dt 8.17, 18) Davi faz uma pergunta: “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” (Salmos 116.12) Entregar o dízimo não é nada mais que devolver parte daquilo que Ele mesmo nos deu! Em recompensa à nossa fidelidade, Deus promete abençoar a “nossa parte.” — os 90%. Na prática somos meros administradores! Deus apenas nos dá uma oportunidade para exercermos nossa gratidão por seus benefícios. Este é o plano de Deus para a área financeira de nossa vida. 3. O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO – Exemplo de pessoas que entregaram dízimos: Abraão (Gn 14.20; Hb 7.1,2) Jacó (Gn 28.20-22). O dízimo foi incluído posteriormente na Lei (Dt 1422-23) Na instituição da Lei a tribo de Levi não teve herança na distribuição de terras em Israel. Deus estabeleceu que eles seriam sustentados pelos dízimos do povo. Em contrapartida eles eram responsáveis para alimentar o povo espiritualmente. Isto é, eles ministrariam o ensino e cuidariam do tabernáculo e dos utensílios usados na adoração. (1Cr 6.48; 2 Cr 31.4,5; Js 18.7 Dt 10.9; 12.19; Nm 18.24) Considere ainda os textos abaixo: 4. O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO – O EXEMPLO DE JESUS - Muitos não entregam o dízimo alegando ser coisa da Lei, mas Cristo deixou claro: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.” (Mt 5.17) Cristo também falou: “Daí a césar o que é de César e a Deus o que é de Deus. (Mt 22.21) A César pertencia os impostos, e a Deus? Evidentemente o dízimo! 5. A FINALIDADE DOS DÍZIMOS – Como foi visto, o dízimo antes da Lei de Moisés era espontâneo e refletia gratidão. Na Lei ele era usado para o sustento dos sacerdotes (A tribo de Levi 2 Cr 31.4,5). No Novo Testamento ele passa a ser usado no sustento dos obreiros, (1Tm 5.17,18; 1Co 9.7-14) realizar a obra da evangelização, assistência social, e suprimento do dia-a-dia da administração. 6. ONDE ENTREGAR O DÍZIMO – O texto de Malaquias 3.10 está no modo imperativo: “trazei”, é uma ordem que o destino dos dízimos é a casa do tesouro. Veja também Neemias 10.37. Portanto, não é correto entregar o dízimo a hospitais, creches ou a pessoas carentes. Uma observação: se o dízimo não fosse entregue na ocasião, era acrescentado da quinta parte sobre ele, que equivale a 20%. (Lv 27.31) 7. AS OFERTAS – O valor da oferta é livre. (2 Co 9.6,7; Dt 16.10,17; 2Rs 12.4) É um mandamento de Deus (Ex 23.15b) Deve ser dada como sacrifício e não daquilo que sobra. (Mc 12.41-44) A oferta expressa o grau de nossa gratidão pelas bênçãos que recebemos de Deus. (Dt 16.17; Lc 6.38) 8. A OFERTA ALÇADA – Vem do hebraico “teruma” significa pesadas, altas, elevadas, produtivas” Era uma oferta especial como por exemplo, quando para a construção do Tabernáculo. (Ex 25.1-8; 36.3-7) 9. PROMESSAS DE DEUS PARA OS QUE CONTRIBUEM COM ALEGRIA: •Prosperidade, bênçãos. (Pv 3.10; Ml 3.10) •Colherá com abundância. (2 Co 9.6; Hb 13.16) •É bem- aventurado e o devorador é repreendido. (Ml 3.8-12) •No céu também será recompensado. (Mt 6.4)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Os "sem-igrejas" e a heresia da não sujeição

Por Jorge Fernandes Isah A primeira pergunta que se tem de responder é: o que é igreja? O que os irmãos entendem por igreja? Há os que consideram-na apenas como uma construção, um edifício, e nada mais do que isso. Há os que a têm por denominação, como uma instituição meramente humana, onde um grupo de pessoas se reúnem para professarem algum tipo de fé. Pode ainda ser utilizada para distinguir homens religiosos de não religiosos. Em todos esses aspectos terminológicos, e ainda em outros mais, o vocábulo igreja pode ser reduzido, o que acabaria por não configurar o seu significado verdadeiro. De certa forma, os termos aos quais ele é mitigado obscurece-o, não definindo a sua real essência e o seu correto entendimento bíblico. A primeira lembrança que nos vem à mente é de que a igreja é o corpo de Cristo. Esta é claramente a imagem que se descortina na mente do crente. Ele, como membro, faz parte desse corpo, sendo portanto, parte da igreja. Muitos afirmam que são a igreja, mas ela não é constituída por um único membro, mas por milhões deles, o que configura um ajuntamento, um agrupamento de pessoas atraídas por um mesmo chamado: aquele que eficazmente Deus produz no homem, de forma que não se pode resistir nem rejeitá-lo. Este é o chamado ao arrependimento, à regeneração, na qual o homem natural se transforma em espiritual, de perdido a salvo, de condenado a inocente; não por algum mérito que haja em si mesmo, mas por aquilo que Deus realiza nele, por meio da obra redentora do Senhor Jesus Cristo. Assim, essa é uma qualidade da igreja, a de ser um organismo, o que o corpo nitidamente é. Como organismo, a igreja é o corpo místico de Cristo [1Co 12.12-13], o qual é a cabeça, que guiará o corpo em todo o cumprimento da sua vontade; um povo escolhido para levar até os confins da terra o seu santo e bendito nome [At 15.14]. De forma que a palavra grega "eclesia", cuja tradução para o português é igreja, tem um significado muito mais abrangente, daqueles que são "chamados para fora", dentre as nações, ao nome do Senhor Jesus, para constituírem uma comunidade, uma assembleia, na qualidade de seguidores de Cristo, chamados "cristãos", a fim de obedecerem aos princípios por ele estabelecidos. A essa qualidade da igreja, podemos chamá-la de organização. O que muitos cristãos esquecem-se é de que a igreja não é apenas um corpo místico como pensam, o que é comumente chamado de "igreja universal", mas de que ela foi instituída por Deus tanto como igreja universal como igreja local. Essa doutrina de que a igreja local, como organização não tem o respaldo bíblico é uma falácia. Basta ver que os irmãos em Atos dos Apóstolos estabeleceram igrejas locais, suas prioridades, designaram cargos, funções, como diáconos, pastores, bispos, presbíteros, etc. O próprio apóstolo Paulo fala nos dons que Deus deu a cada um dos membros, e de que esses membros trabalhariam em harmonia a fim de que o corpo funcionasse em harmonia; a ordem do culto, como os irmãos deveriam se portar na ceia do Senhor, e muitas outras recomendações foram estabelecidas para uma igreja que se reúne, congrega, e tem comunhão efetivas. Logo a ideia do crente solitário, isolado, que assiste a prédicas pela TV, que acredita fazer parte de uma igreja virtual através das redes sociais, que ceia via satélite, simplesmente não existe. Com isso, não estou a dizer que não é possível ter comunhão com um irmão distante, do outro lado do globo, por exemplo, mas que isso não é o suficiente e não torna o trato virtual um tipo de igreja. É-se necessário que exista o corpo local, e de que os cristãos sejam partícipes dele, a fim de realizarem a obra que o Senhor nos deu a fazer, em ordem, decência, e sob os cuidados de todos os irmãos, de maneira que todos estejam participando ativamente e não sejam meros espectadores. Muitos não valorizam o trabalho eclesiástico por desconhecê-lo. Desprezam-no com argumentos particulares e que atribuem ao geral, a todos. Se há apostasia, heresia, mau-uso do dinheiro, despotismo, má-fé, e outros pecados, eles não podem ser imputados a todo corpo local. Tal atitude é, além de absurda, soberba, pois demonstra a quem a profere um tipo de "onipresença e onisciência" da qual nenhum homem, por mais viajado e bem informado, é capaz de ter; esses são atributos exclusivos de Deus e de mais ninguém. Então temos uma luta travada no próprio corpo, em que irmãos que se organizam, tal qual a igreja primitiva se organizou, são acusados de pecados que não cometeram. É como aquela piada da mãe que, vendo a água suja na banheira, joga-a fora juntamente com o bebê. O desprezo que se tem em certos grupos em relação à igreja institucional chega a ser doloso. A maioria, por desconhecer as Escrituras ou impor a ela o seu gosto pessoal, rebelam-se por seguir "mestres" sem entendimento e sem o devido zelo. Muitas vezes, por terem passado "mau-bocados" em alguma igreja ou sob a direção de algum pastor ou presbítero, acreditam que todas as igrejas, e consequentemente todos os pastores, presbíteros e diáconos, são deturpações da palavra de Deus, e obra exclusiva de satanás. Tudo bem, estou exagerando um bocado, mas já tive discussões com alguns irmãos que quase chegaram a essa afirmação, simplesmente não a concluíram nos termos em que expus, mas os sentido estava lá, latente, pronto a se manifestar. E, por isso [as vezes o sentimento de decepção, de frustração ou de vingança] saem por aí, sem zelo, sem discernimento, sem prudência, proclamando aos quatro ventos a "heresia da igreja organizacional". Esta semana me deparei com a seguinte mensagem em uma comunidade virtual: "Quanto mais a minha mãe fala para eu ir à igreja mais raiva eu tenho... Acabei de discutir com ela falei: Diz alguém que vc levou para a igreja enchendo a paciência assim? Algum irmão, o ex-marido? Fala um! Cansei! Desculpa o desabafo... Mas toda a vez que eu vou me dá nos nervos e vejo que perdi duas horas ou mais da minha vida, que podia estar descansando, sei lá...". Esta afirmação, que ganhou a concordância de outros irmãos, me parece, além de triste, infeliz, por vários motivos, mas apresentarei apenas dois: 1) A Bíblia nos ordena a honrar pai e mãe. Ora, mesmo que eles estejam equivocados em um ponto ou outro, isso não dá o direito de sermos desrespeitosos, impacientes e belicosos. Deveríamos ouvi-los e meditar no que dizem. É possível que a mãe exagere em seu cuidado e admoestação para que a filha procure uma igreja e congregue, mas, sabendo dos sérios problemas que advém da ovelha sem aprisco, se a filha soubesse, não agiria assim também com aqueles que ama? De qualquer forma, o testemunho que ela dá com a sua irritação para com a mãe é péssimo, e depõe para a fé cristã. Outra coisa, ainda: se o chamado a congregar não é atendido por quem não se interessa a congregar, o erro é de quem chama ou de quem não atende ao chamado? Se fosse assim, não haveria a ordem de Cristo para proclamar o Evangelho a toda criatura, pois o número daqueles que o rejeitam é muito maior do que os que o aceitam. Essa é outra estratégia para transferir ao outro a culpa que cabe somente a nós. Apelamos para o pragmatismo quando o que acontece não é falta de eficiência de quem chama, mas desobediência de quem rejeita. É o caso aqui, pois se todos rejeitam devo me calar por conta da rebeldia de quem não quer ouvir? 2) Ao dizer que lhe dá nos nervos as duas horas ou mais perdidas no culto, e de que poderia estar descansando ou fazendo outra coisa, vem-me à mente o tipo de cristão que se está construindo, ou melhor, que se está desconstruindo. É claro que há igrejas em que o Evangelho não é pregado, pastores e presbíteros são tão tolos que não deveriam guiar nem mesmo uma manada de bois, que as músicas são tão vulgares como os piores exemplos produzidos pelo mundo, mas generalizar é cair no mesmo caso de tolice e soberba que apontei anteriormente. No mínimo, deve estar faltando oração, pedindo-se a Deus que lhe destine um local onde possa servi-lo verdadeiramente. A ideia que se quer passar é de que nenhuma igreja presta, e de que todas representam perda de tempo. É melhor qualquer outra atividade do que estar na congregação. Atitudes assim demonstram desprezo e vaidade, além de individualismo e autosuficiência, do tipo, não preciso disso, posso muito bem viver sem isso. Então, um pecado gera o outro; e, deixo a pergunta, parafraseando o apóstolo do amor, João Evangelista: se não me sujeito à autoridade da igreja que vejo, como posso me sujeitar à autoridade de Deus que não vejo? Penso que há uma guerra barulhenta dos "sem-igrejas", não com o intuito de manterem seus privilégios, mas de arregimentarem novos adeptos de uma prática que em nada se configura cristã. Os exemplos tomados são sempre os piores, nunca há nada de virtuoso a ser experimentado ou testemunhado, o que garante o direito de se difamar homens e grupos religiosos cristãos como se fossem um bando de malfeitores. Há livros, em profusão, acusando pastores de "batedores-de-carteiras", e a igreja de quadrilha ou gang. A esse tipo de arrogância e desprezo chegam os "gurus" dos "sem-igrejas". São pessoas assim que elaboram os argumentos de uma vida tão apegada aos valores mundanos que, em sua cegueira, considera-os espirituais... Sem se preocuparem com a procedência desse espírito. É claro que no corpo local haverá, como o Senhor Jesus disse, o trigo e o joio, salvos e não salvos, onde aqueles trabalham para a glória de Deus, enquanto esses são empecilhos [ainda que em sua rebeldia também colaborem para a glória divina]. Não é possível dizer quem é e quem não é salvo, mas é certo poder dizer que os salvos estão entre os que se encontram sob a autoridade da igreja. Mas quanto a este ponto, falarei mais à frente, no decorrer das próximas aulas. O fato é que a doutrina do cristão sem-igreja não tem nada de santa, nem pura, nem cristã, nem mesmo religiosa [no sentido mais estrito do termo], ela, de certa forma, demonstra a incapacidade não do corpo local, mas daquele que se diz cristão de não se sujeitar à autoridade; e penso que isso é extremamente grave. As implicações vão desde uma vida vazia, sem qualquer testemunho de fé, até erros doutrinários, chegando-se ao ápice das heresias. A maioria deles não reconhece a Bíblia em sua infalibilidade, inerrância e inspiração divina. Outros são adeptos da descontinuídade das Escrituras. Outro tanto não reconhece nenhuma autoridade humana. E quando me deparo com qualquer deles e seus discursos autônomos vislumbro uma ovelha perdida, sem rumo, desgarrada. Opõem-se a todas as formas não organizacionais da igreja, mas acabam por optar por uma forma, ainda que não eclesiástica. Apenas querem cuidar dos seus narizes, sem responsabilidade para com o corpo, mesmo que seja o chafurdar na lama. Como já disse, não apelo para a perfeição da igreja local, mas não é possível aceitar os argumentos que os "sem-igreja" desajuizadamente querem dogmatizar. O interessante é que mesmo rejeitando um, alguns, ou todos os dogmas, eles acabam por estabelecer os seus próprios, a se agruparem, e terem uma convivência como qualquer outro grupo humano. Ao apelarem para o espírito, entregam-se à carne. E, simplesmente, não suportam a obediência, a fraternidade, a servidão e sujeição como marcas do cristão bíblico. Se há algo que devem fazer é se arrepender, e voltarem ao Evangelho. Pois, certamente, há igrejas onde ele é pregado, a obra de Cristo é realizada, o Espírito Santo atuando, e Deus glorificado. Notas: Indico os seguintes textos, disponíveis no Kálamos, como leitura complementar: 1) Haraquiri Teológico - Um reino sem súditos2) Haraquiri Teológico - Parte 2: a ignorância não protege ninguém 3) Autofilia 4)Ovelhas Desgarradas 5)Sustento pastoral & o corpo local dentre outros. 6) Baixe esta mensagem em Aula 43.mp3 Fonte: Kálamos

Você está cheio do Espírito Santo?

O apóstolo Paulo, preso em Roma, escreve sua carta à igreja de Éfeso, capital da Ásia Menor, e ordena: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Jesus morreu, ressuscitou e subiu ao céu. Então, o Espírito Santo, o outro Consolador, desceu e desceu para ficar para sempre conosco. Sem a obra do Espírito Santo jamais haveria um só convertido na terra, pois é ele quem aplica a obra da redenção. Concordo com Charles H. Spurgeon, quando disse que é mais fácil acreditar que um leão tornar-se-á vegetariano do que acreditar que uma pessoa só possa ser salva sem a obra do Espírito Santo. Todo crente é regenerado, habitado e selado com o Espírito Santo, mas nem todo crente está cheio do Espírito Santo. Uma coisa é ter o Espírito Santo; outra coisa é o Espírito Santo nos ter. Uma coisa é ter o Espírito Santo presente; outra coisa é ter o Espírito presidente. O texto em apreço nos ensina quatro verdades. Em primeiro lugar, a plenitude do Espírito é uma ordem expressa de Deus. Há duas ordens no texto. Uma negativa e outra positiva. A negativa é não se embriagar com vinho; a positiva é ser cheio do Espírito Santo. Assim como a embriaguez é um pecado; também o é a ausência da plenitude do Espírito Santo. Se a embriaguez produz vergonha e dissolução, a plenitude do Espírito Santo desemboca em comunhão, adoração, gratidão e serviço. Em segundo lugar, a plenitude do Espírito é uma exigência a todos os crentes. O ordem para ser cheio do Espírito é endereçada a todos e não apenas a alguns crentes. Os líderes, os anciãos, os adultos, os jovens, as crianças, os ricos, os pobres, os doutores, os analfabetos, todos os salvos, sem exceção, devem ser cheios do Espírito Santo. A plenitude do Espírito não deve ser uma exceção na igreja; é a norma para todos os crentes. Em terceiro lugar, a plenitude do Espírito Santo é uma experiência que deve ser repetida continuamente. Não se trata de um acontecimento único e irrepetível como é o batismo pelo Espírito no corpo de Cristo. A plenitude de ontem não serve para hoje, assim como a vitória do passado não garante vitória no presente. Todo dia é dia de ser cheio do Espírito Santo. Todo dia é tempo de andar com Deus e experimentar o extraordinário de Deus. As melhores experiências do passado podem ser medidas mínimas do que Deus pode fazer em nossa vida no futuro. Em quarto lugar, não podemos produzir a plenitude do Espírito, podemos apenas nos esvaziar para sermos cheios. A plenitude do Espírito Santo não é uma realidade produzida por nós. Não administramos essa experiência. Ela vem do alto, de cima, do céu. Devemos ser como vasos vazios, puros e disponíveis para o Espírito Santo nos encher. Não há limitação no Espírito Santo. Podemos ser cheios a ponto de sermos tomados de toda a plenitude de Deus. Você está cheio do Espírito Santo? Fonte: Palavra da Verdade

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sua igreja talvez não seja uma igreja

Por Jared C. Wilson "Queremos ir a um lugar com estacionamento amplo, que nos dê um café de graça assim que entremos. Queremos sentar em uma cadeira confortável que vibra. Queremos uma banda bombante. Queremos ver fumaça. E um laser que desenhe uma cruz na fumaça. Queremos um bom cantor para cantar coisas confortadoras enquanto ouvimos admirados. Queremos um palestrante enérgico para aliviar nosso medo da economia e que nos inspire em não mais que 20 a 22 minutos. Então queremos ir embora sem ser incomodados, ter nossas retinas scanneadas para pegar nossos filhos, e vê-los descer do parquinho, depois de terem ouvido uma lição de ninguém menos que o próprio Bob Esponja Calças Quadradas, sobre obedecer aos pais e não mentir. E, se nos sentimos assim, queremos tudo isso novamente na próxima semana. Isso é o evangelicalismo." Essa é minha paráfrase de um sermão recente de Matt Chandler na Village Church. Um pastor de louvor e adoração visitou uma igreja local esses dias, uma pela qual até tenho certo respeito. Ele disse que não ouviu o nome de Jesus na mensagem. Já sabemos que muito do que se passa por evangelicalismo tem pouquíssimo, se é que tem, evangelho. É possível que muito do que se passa por “igreja”… não seja uma? Aqui vão alguns sinais de que sua igreja talvez não seja realmente uma igreja. Sua igreja talvez não seja uma igreja se… Seu pastor raramente fala sobre Jesus. (Essa é fácil). Seu pastor fala sobre Jesus, mas somente no estilo “siga seu exemplo”. (Você poderia ser um Mórmon ou mesmo muçulmano e pregar desse jeito). As músicas de “adoração” são mais sobre como você se sente e o que você pode fazer, em oposição a quem Deus é e o que Ele fez. A extensão do envolvimento de quase todos na igreja está limitada ao culto semanal. Seu pastor não pastoreia as pessoas cara a cara, mas gerencia “sistemas” em seu escritório, 40 horas por semana. Alguns desses sistemas são projetados para que o pastor interaja com o menor número de pessoas possível. Você não se lembra da última vez que participou da Ceia do Senhor. Muito do planejamento e foco na organização gira em torno de fazer um culto sensacional. Você nunca ouve a palavra “pecado” por lá. Você ouve a palavra “pecado”, mas apenas brevemente ou redefinida como “falhas”. Você não se lembra a última vez que ouviu o nome de Jesus em uma mensagem. A mensagem de Páscoa não é sobre a ressurreição, mas “novas oportunidades” na sua vida ou virar uma nova página. Em feriados patrióticos, a mensagem é sobre quão grande nosso país é. Nos outros fins de semana, a mensagem é sobre quão grande você é. Há mais vídeos que orações. Pessoas não cantam durante o culto de “adoração”, mas assistem. As responsabilidades principais do pastor são coisas estranhas à Escritura. Existe mais dinheiro investido em propaganda que em missões. A maioria dos pequenos grupos gira em torno de esportes ou lazer, e não estudo ou serviço. Você sempre se sente confortável lá. Ser membro da igreja parece apenas um sistema de recrutamento de voluntários. Você só encontra outras pessoas da igreja nos cultos de domingo. Se sua igreja parece com uma ou mais dessas coisas, talvez seja uma torcida espiritual, um teatro religioso, um clube social cristão, ou alguma coisa totalmente diferente, mas, provavelmente, biblicamente falando, não é uma reunião da igreja bíblica. Fonte: Iprodigo